“Mulher é para ser amada e não para bater. Temos que ter leis mais rigorosas para combater esse tipo de crime, porque acho que a nossa lei ainda é muito fraca. Tinha que ser mais severa para quem fizesse isso com as mulheres”, disse o taxista José Vieira da Costa, que aprovou a iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).
A instituição, que acolhe e protege as mulheres contra a violência doméstica, com o intuito de motivar a população a denunciar crimes contra as mulheres, e assim retirar Roraima do topo das estatísticas de violência contra a mulher, realizou uma panfletagem no final da tarde desta terça-feira (4), no cruzamento das avenidas Venezuela e Mário Homem de Melo, vias que separam as zonas Oeste e Leste de Boa Vista.
Com um banner de quatro metros informando com letras graúdas que “O silêncio é o maior aliado do seu agressor”, equipes distribuídas nos quatro cantos do cruzamento entregavam panfletos divulgando os serviços realizados e ensinando como denunciar casos de violência doméstica.
A diretora da Procuradoria Especial da Mulher, Glauci Gembro, disse que essa era a primeira ação de entrega de material informativo, entre muitas que devem acontecer no decorrer do ano.
“Estamos conscientizando a população, mostrando que a Assembleia Legislativa também tem um programa permanente que cuida da mulher vítima de violência doméstica e familiar. Estamos falando sobre a rede de proteção, onde estamos localizados e quais serviços realizados”, ressaltou.
A procuradoria está localizada na Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida. “Temos uma equipe multidisciplinar preparada para ouvir essa mulher e encaminhá-la para rede de proteção, caso seja necessário”, informou a diretora.
Ariane da Silva Ferreira, 26 anos, passava na hora da panfletagem e, vendo que a ação era de apoio à mulher, contou um pouco da história dela, que foi acolhida pela rede de proteção quando denunciou o marido por tentativa de homicídio.
“Ele tentou me enforcar, então procurei ajuda. Se uma mulher está passando por violência, tem que ir à Justiça para manter o agressor longe dela, porque não tem como viver perto. Os homens só querem pensar em machucar, em dominar a mulher. Não é para ser assim. Os dois juntos devem ajudar na criação dos filhos”, desabafou.
A estudante de Direito Ana Vitória de Oliveira Lopes não conhecia a procuradoria, mas gostou da iniciativa da PEM.
“Não conhecia, mas é muito boa a iniciativa porque tem tanta mulher que está calada, sofrendo violência doméstica em casa, e é sempre bom discutir o assunto, seja na rua ou no trabalho, para que a mulher tenha a oportunidade de falar sobre isso”, disse.
Texto: Marilena Freitas
Fotos: Eduardo Andrade
SupCom ALE-RR